Tecnologia do Blogger.

Mais Vistas

Postagens

terça-feira, 13 de agosto de 2013
Vou transcrever o artigo do meu amigo Juliano Nunes que retrata bem a minha opinião sobre o artigo da imagem, que saiu publicado no Jornal A Fronteira:




"Desencardindo os encardidos"
por Juliano Nunes

Bem, estou publicando isto hoje dia dos pais, para que os pais se lembrem de transformar seus filhos em pessoas conscientes de seus deveres e obrigações, e não deixem que se tornem preconceituosos, com estereótipos pré concebidos de uma eventual superioridade, seja ela racial, social, ou mesmo intelectual. Exemplos não nos faltam na história que nos mostram onde se chega com tais conceitos, raças pretensamente superiores sempre subestimaram outras, contudo o preconceito nunca foi e nem será capaz de construir nada saudável, uma vez que o mundo é formado por diferenças, e são essas diferenças que construiram a raça humana.
Sem entrar no mérito de qualquer tipo de concepção filosófica, mas apenas com conceitos científicos não existe um único ser que possa abrir mão de uma relação simbiótica com outros, senão vejamos em ambientes microscópicos existem incontáveis seres vivos que de certa maneira são responsáveis por estarmos vivos, sem as bactérias não existiria vida, afinal são elas que processam boa parte do oxigênio aqui existente, reciclam muito do lixo por nós produzido, além de estarem presentes em nossos corpos para realizarem a decomposição do que não nos é necessário... bem não estou aqui para escrever sobre as bactérias, mas queria demonstrar a importância que mesmo seres minúsculos tem.
O infeliz artigo publicado pelo jornal "A Fronteira", de Presidente Epitácio, em sua edição de 31 de julho de 2013, o qual está anexo nesta publicação, só demonstra o quanto as pessoas estão se perdendo em devaneios de superioridade, sem se lembrar que não existe nenhuma espécie autossuficiente em nada neste planeta, todos dependemos, em níveis diferentes, de ajuda ou de algum tipo de suporte.
O referido artigo cita, de acordo com sua autora, os pretensos "Encardidos", que segundo é demonstrado tão eloquentemente pelo artigo são quase uma sub raça, onde em hipótese alguma mereceriam se misturar com os "não encardidos", contudo antes de falar sobre tal artigo quero aqui deixar a definição de encardido, extraído do Dicionário "Aulete", disponível no site: http://aulete.uol.com.br/nossoaulete/encardido
en.car.di.do)
a.
1. Que se encardiu, que ficou amarelado ou acinzentado pela ação do tempo ou de lavagens malfeitas (diz-se de tecido, roupa etc.)
2. Sujo, imundo: a mesa encardida de um bar.
3. P. ext. Diz-se de pele que perdeu a aparência saudável (devido a enfermidade, envelhecimento etc.): Tinha o rosto encardido e enrugado.
4. Fig. Que não é honesto (negócio, transação, indivíduo etc.)
5. Bras. Sombrio, carregado, ameaçador (céu encardido, rosto encardido)
6. Bras. Diz-se de situação sobre a qual é difícil opinar
7. RS Feio
sm.
8. A cor amarelada, acinzentada dos efeitos do tempo ou de resquícios de sujeira que fica em peça de roupa mal lavada, ou em qualquer peça de tecido: O sabão em pó não removeu o encardido.
9. Essa cor em qualquer superfície clara de móveis e objetos, em virtude dos efeitos do tempo, de limpeza ineficiente ou do uso de algum produto inadequado.
10. Indivíduo encardido (2, 3, 4 e 7)
[F.: Part. de encardir.]
Bem, demonstrado isso, digamos que a autora foi infeliz em citar esse termo, pois ao destilar todo seu preconceito com comentários maldosos e até certo ponto sem argumentos, deixa claro sua aversão aos pobres ou digamos assim de uma condição inferior à sua, chegando a citar com prepotência o fato destes utilizarem copos de extrato de tomate, azeitona ou requeijão, ainda mais se forem para beber vinho, que seriam os mais baratos e por conseguinte de má qualidade.
Bem partindo do pressuposto que a autora deva beber vinhos caros e de excelentes safras, me pergunto se a autora se utiliza de taças de cristal finíssimo para saborear vinhos italianos, franceses ou alemães, já que provavelmente os vinhos brasileiros não devam nem ser dignos de entrar em sua residência, afinal são produzidos por agricultores "encardidos", que trabalham de sol a sol para produzir as matérias-primas para a indústria vinícola brasileira, e engarrafados por operários também "encardidos" que trabalham nas fábricas dando seu suor para que outros saboreiem o vinho por eles engarrafado, e mesmo transportados por outros "encardidos", motoristas que fazem as toneladas de vinhos serem distribuídas país afora, mas não é tampouco sobre o vinho que estou discorrendo por hora. Meu intuito aqui é apenas colocar minha humilde opinião acerca de um tema que foi lançado à sociedade epitaciana, onde uma senhora que de acordo com o próprio artigo, creio eu que com todo o mérito, se entitula mestranda em educação, a qual eu parabenizo pois é difícil obter títulos no Brasil, embora as coisas estejam mudando em termos socioeconômicos, a educação em níveis mais elevados ainda é restrito a certas classes sociais.
Queria apenas lembrar aqui que se por um lado o preconceito e a superioridade são presentes em muitas camadas sociais, somos todos seres humanos, e especificamente no caso do Brasil, onde não há predominância racial, o que acho simplesmente fantástico pois nos torna o povo mais etnicamente diversificado, e por isso talvez uma mistura de todos os povos com seus defeitos e virtudes, devemos lembrar que por mais que muitos se digam superiores tem suas origens em uma miscelânea genética que nos torna a todos "encardidos", pois aqui os europeus natos se misturaram a negros e indígenas, os imigrantes se misturaram com os brancos, negros e índios, mesmo raças vindas de pontos extremos, e que buscaram criar um reduto apenas deles não o fizeram por muitas gerações, salvo talvez comunidades indígenas localizadas no meio da floresta inexplorada que ainda vivam como seus antepassados em minúsculas tribos, não exista um único brasileiro que não tenha uma gota sequer de sangue "encardido", o que a meu ver devemos nos orgulhar, já que a grandeza deste país e por assim dizer de qualquer outro, é devido ao trabalho e a dedicação de encardidos para que as coisas aconteçam, imagino que a autora saiba que o alimento que ela deve certamente consumir se não fossem plantados por "encardidos" não chegaria até ao mercado, suas roupas tecidas por "encardidas", seu lixo retirado por "encardidos", etc..
Apenas para concluir deixaria aqui uma sugestão a autora que se abstenha de todo e qualquer contato com "encardidos", utilizando apenas produtos que ela mesma venha a produzir, comida, bebida, vestuário, recicle seu lixo para evitar que alguém mais o toque, enfim é apenas uma sugestão de conduta para alguém que deseja se abster de contatos com pessoas "encardidas" e portanto inferiores.
E a sugestão que deixo aqui a quem se sentiu ofendido ou atingido pelas palavras do referido artigo, que não se sintam pois não existiria sociedade sem a classe trabalhadora "encardida", e aos que não bastam apenas ignorar tais palavras que busquem uma retratação do jornal e da autora.

Juliano Nunes
Administrador de empresa com MBA em Gestão estratégica de Marketing e Negócios, e MBA em Assessoria, Consultoria e Elaboração de projetos.

0 comentários :

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...